Daesp pede limpeza de área cheia de entulhos próxima à cabeceira da pista e que atrai cerca de 60 urubus ao dia
Representante do Daesp (Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo) se reuniu nesta quarta-feira (29) com secretários da Prefeitura de Ribeirão Preto para discutir soluções urgentes para o lixão clandestino, que atrai urubus e coloca em risco a segurança dos aviões no aeroporto Leite Lopes. Uma aeronave da TAM colidiu na última terça-feira (28) com um pássaro, no segundo acidente do tipo em três meses.O lixão clandestino fica em uma área de terrenos baldios, perto da cabeceira da pista, às margens da avenida Thomaz Alberto Whatelly e da rua Americana, no Jardim Aeroporto, zona Norte. No local, na tarde desta quarta, havia carcaças de animais mortos e lixo doméstico.
O chefe da Fiscalização Geral da Prefeitura, Osvaldo Braga, disse que vai vistoriar a área nesta quinta-feira (30) e estudará alternativas para resolver o caso definitivamente. Na reunião, Braga foi representado por Luís Carlos Vilela, que é fiscal de posturas.
Revoadas
A bióloga Ana Carla Aquino, da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) disse, na reunião na prefeitura, que ao menos 60 urubus sobrevoam a cabeceira da pista por volta das 10h. "O risco de acidente com os aviões no momento de revoada é muito grande. A maioria das colisões atinge a fuzelagem e a turbina", diz.
De acordo com a bióloga, além de ser um ponto de descarte de carcaça de animais, ambulantes que atuam em ruas próximas jogam frutas no terreno.
Ana Carla faz um estudo de campo encomendado pelo Daesp sobre as aves que vivem nas imediações do Leite Lopes. Foram identificadas 45 espécies de pássaros até janeiro deste ano. Dados divulgados próprio departamento apontam que houve 45 colisões de aves em aeronaves entre 1987 e 2009.
A responsável pelos assuntos ambientais do Daesp, Mika Saito, também esteve na reunião e pediu mais fiscalização no entorno do aeroporto, com o objetivo de coibir o despejo de lixo doméstico. "Já encaminhamos ofícios para a prefeitura de outras áreas, que foram limpas. É preciso que o serviço de limpeza seja contínuo."
O administrador do Leite Lopes, Wagner Silli, além de representantes de duas companhias aéreas, TAM e Passaredo, também participaram da reunião.
Outro lado
O assessor de projetos especiais da Prefeitura de Ribeirão Preto, Ivo Colichio, comprometeu-se nesta quarta a buscar uma solução definitiva para o lixão. "Vamos estudar uma campanha educativa com a população, ampliar o número das coletas de lixo no Jardim Aeroporto e fiscalizar mais", diz.
O chefe da Fiscalização, Osvaldo Braga, vai vistoriar o local nesta quinta. "Já limpamos essa mesma área há três meses."
